Comparativo: Creta Limited 1.0 turbo encara o Kicks Advance 1.6 flex; veja o vídeo

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SUVs compactos travam duelo equilibrado em versões intermediárias com preço sugerido de R$ 130 mil; veja o comparativo em víde


Os SUVs já somam 46,5% das vendas de carros novos no Brasil, e o Jornal do Carro juntou dois dos modelos mais vendidos dos últimos anos em um comparativo. Hyundai Creta e Nissan Kicks estrearam por aqui em 2016 e têm muito em comum. Os utilitários têm dimensões próximas e a mesma distância entre-eixos de 2,61 metros. Além disso, são feitos no Brasil e foram atualizados em 2021. Porém, Creta e Kicks vivem momentos distintos.

 

O SUV da Hyundai ganhou nova geração há menos de um ano, com visual moderno e até um tanto exótico para alguns. Já o Nissan recebeu leve reestilização no início de 2021, quando ganhou novas tecnologias. Em termos de espaço interno, portanto, os dois são realmente parelhos. E, por fora, guardadas as diferenças de estilo, dá para dizer que ambos estão atuais e transmitem sofisticação, cada um à sua maneira.

Diogo de Oliveira/Estadão
 

Diferenças mecânicas

Mas apesar das equidades, Creta e Kicks são bem diferentes em vários aspectos. A começar pelo conjunto mecânico. Na versão Limited, o Hyundai tem motor 1.0 turbo flex de três cilindros e injeção direta de combustível combinado a um câmbio automático de seis marchas - conjunto presente na linha HB20. Já o Nissan traz a mesma mecânica desde 2016, com motor 1.6 flex de quatro cilindros e câmbio CVT com marchas virtuais.

Na prática, o Kicks é mais leve e econômico segundo o Inmetro. O SUV da Nissan faz média até 13,9 km/l na estrada com gasolina e tem nota B no Programa de Etiquetagem Veicular (PBVE). Já o novo Creta com motor 1.0 turbo flex tem nota C na tabela de 2022, com média de 12,2 km/l na mesma condição - em ciclo rodoviário e com gasolina. Já na cidade, o Hyundai surpreende e faz 8,2 km/l com etanol, mais que o rival, com média de 7,8 km/l.

Diogo de Oliveira/Estadão
 

Conforto a bordo

Em relação ao conforto e requinte a bordo, o Creta mostra que a troca de geração trouxe ganhos. O SUV tem ótimo isolamento acústico e pouco se ouve o motor de três cilindros a bordo. Já o Kicks é mais rústico nesse ponto, e o câmbio do tipo CVT faz o 1.6 flex roncar alto nas acelerações mais fortes. O Nissan também tem a suspensão e a direção mais firmes, enquanto o Hyundai se revela macio e dócil no dia a dia na cidade.

Outro ponto de vantagem para o modelo da marca sul-coreana é o padrão de acabamento caprichado. No SUV da marca japonesa, os materiais de revestimento da cabine são visivelmente mais modestos. O nível de conteúdo também realça essa diferença. Um bom exemplo são os comandos do ar-condicionado, que, no Kicks, parecem de um hatch de entrada, dada a simplicidade. Já no Creta, há sistema automático digital.

Diogo de Oliveira/Estadão

Por falar nos equipamentos, Creta e Kicks são equivalentes, mas o modelo da Hyundai feito em Piracicaba (SP) apresenta vantagens. Uma delas é o console traseiro com saídas de ventilação, porta USB e porta-objeto para acomodar smartphones. O Nissan não oferece difusores de e tomada USB atrás. Além disso, o Creta tem carregador de celular sem fio e multimídia com espelhamento sem fio para Android Auto e Apple Carplay, que requer cabo no Nissan.

 

Diogo de Oliveira/Estadão

 

Porta-malas do Kicks é maior

Um item crucial para os consumidores de SUVs compactos é o porta-malas. E nesse quesito, Creta e Kicks vão muito bem. Ambos os modelos apresentam compartimentos generosos. Aqui o Nissan leva vantagem, já que recebe até 432 litros de volume - é um dos maiores entre os utilitários compactos. Já o Hyundai tinha 431 litros na geração anterior, mas encolheu na linha atual, com 422 litros de capacidade, medida ainda bem generosa perante rivais


Diogo de Oliveira/Estadão

Por exemplo, o Chevrolet Tracker, um dos SUVs mais emplacados em 2022, tem 393 litros para bagagens, enquanto o Jeep Renegade, líder em 2021, leva 385 litros (na aferição da marca e fora do padrão VDA). Outro SUV com porta-malas menor é o Volkswagen T-Cross, que leva 373 litros, mas, segundo a alemã, chega a 420 litros com o banco traseiro em posição mais vertical. Por fim, o novo Honda HR-V também diminuiu o bagageiro e tem agora 354 l.

 

Diogo de Oliveira/Estadão
 

Versões descartam pacote ADAS

Um detalhe comum entre o Creta Limited e o Kicks Advance é a ausência do pacote ADAS, que reúne recursos semiautônomos. Ambos os utilitários oferecem sistemas avançados de assistência à condução, como frenagem automática de emergência, assistente de permanência em faixa com correção da trajetória e farol alto automático, por exemplo. Entretanto, esses recursos estão disponíveis apenas nas configurações de topo de linha.

Ou seja, nas opções avaliadas neste comparativo, Creta e Kicks trazem o básico dos dias atuais. Há seis airbags de série (duplos frontais, laterais e do tipo cortina), freios com ABS, controles eletrônicos de estabilidade e de tração, e assistente de arranque em subidas (Hill Holder). O Creta leva vantagem por trazer freios a discos nas quatro rodas - o Kicks usa tambores na traseira. Já as rodas de liga leve de ambos têm 16 polegadas e acabamento bicolor.

 

Diogo de Oliveira/Estadão

Ao volante, SUVs priorizam conforto

Mas, afinal, como é acelerar Creta e Kicks? Pois é ao volante que os dois SUVs mais se diferenciam. Na troca de geração, o modelo da Hyundai substituiu o motor 1.6 flex pelo 1.0 turbo flex de injeção direta. Assim, ficou mais esperto nas acelerações, embora não tenha temperamento esportivo. Em baixa velocidade, antes de 1.500 rotações por minuto, o motor demora um pouco a responder. Em compensação, nas retomadas, ele mostra força.

O Kicks também não vai causar suspiros nas acelerações. O motor 1.6 flex inclusive teve a potência reduzida para cumprir os novos limites de emissões do Proconve L7. Dessa forma, passa a gerar 110 cv e 15,2 mkgf de torque com gasolina, e 113 cv e 15,3 mkgf com etanol. Combinado ao câmbio CVT, prioriza a eficiência e, nas acelerações, faz o motor girar alto sem entregar tanto desempenho. Mas o baixo peso ajuda a dar leveza e agilidade ao modelo.

Diogo de Oliveira/Estadão
 

Nas acelerações de zero a 100 km/h, os dois SUVs ficam quase empatados. O Creta cumpre a arrancada em 11,5 segundos, enquanto o Kicks leva 11,8 segundos. Ou seja, diferença de apenas três décimos. Entretanto, na prática, o Hyundai arranca com mais vontade e ainda conta com paddle-shifts no volante para trocas manuais de marcha. Já o Kicks entrega uma direção mais direta e suspensão mais firme, que penalizam um pouco a maciez em movimento.

 

Diogo de Oliveira/Estadão

 

Considerações finais

Neste comparativo, o Hyundai Creta se sobressaiu sobre o Nissan Kicks em alguns pontos, como acabamento interno, nível de conforto, equipamentos e desempenho. Já o SUV da marca japonesa continua interessante, mas já sente o peso da idade - são seis anos de mercado sem grandes mudanças. Nesse sentido, o utilitário da Hyundai está mais atual e tecnológico, mesmo descartando vários itens nesta versão Limited avaliada.

Fonte:
Jornal do Carro - Diogo de Oliveira

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